A Mirante Pousada Boutique, antiga Pousada Mirante Serra Azul, foi sendo construída aos poucos, sem que seus proprietários se dessem conta do que lhes reservava o futuro.

A família Freitas, no ano de 2000 adquiriu uma chácara de 10.000m2 dentro da cidade de Primavera do Leste. A ideia era construir uma casa para fim de semana e que seria também área de lazer dos funcionários do jornal O Diário e da Gráfica Líder, empresas do casal.

Antes da mesma ficar pronta a família decidiu se mudar para a chácara, diante da beleza natural e do clima, sempre ameno, dentro da mata, apesar de ficar no topo da serra.

Posteriormente, a casa foi ampliada. Agora com cinco suítes e uma linda adega com sala de degustação. As três filhas do casal Freitas e Adriana ganharam, cada uma, uma suíte. Um dos quartos ficou destinado para visitas.

Mas, é claro, o tempo passa. As filhas cresceram. A mais velha, Stephanie, jornalista e advogada, se casou e hoje mora em Primavera com o marido Elton e com o filho Mateus. Kelly, psicóloga, está na Austrália e Júlia, a caçula, foi morar com a avó em Fortaleza. Quer ser médica.

Diante disso, Adriana e Freitas, ficaram em uma casa com mais de 700m2. Então o dilema: fazer o quê num casarão desse? Em vez de vender e ir para apartamento o casal optou por transformar a residência e abri-la ao público.

“Além de continuar morando no local dos sonhos, estaremos conhecendo pessoas diferentes, construindo novas amizades, longe da solidão e ganhando dinheiro.” Diz Freitas. “Quer coisa melhor?” Arremata, sorrindo.

Cada detalhe da pousada, cada árvore ou arbusto do quintal tem uma História pitoresca a ser contada. Praticamente todas foram adquiridas grandes. “Já mapeei a cidade toda. Onde tem árvores bonitas já parei e perguntei se o proprietário vende ou doa.” Diz Freitas.

Outras, as pessoas sabendo que ele é amante da natureza, ligam e pedem para que o mesmo busque, quando por uma razão ou outra vão sacrificar a mesma.

História longa foi a plantação do pomar de jabuticabeiras. Em menos de 10 dias surgiu um pomar com jabuticabas de mais de 40 anos de idade. Freitas aproveitou que a esposa fez uma viagem de 20 dias e quando ela retornou lá estava o pomar. Mas essa estória é longa e ele lhe conta pessoalmente.

Um detalhe curioso que conta emocionado está na sala de degustação da Adega. Parte da madeira, peroba rosa, é da casa onde nasceu, em 1963, no norte do Paraná. Ele conta que seu pai, João de Freitas, quando se casou com sua mãe, Maria Paschoalina de Jesus, ganhou um galpão velho do patrão para construir sua casa num sítio que ele comprou e foi morar com a esposa, após o casamento.

Esse galpão foi a casa onde Freitas nasceu e viveu parte da infância nele. Na Adega há um saril de poço e ele se emociona quando diz que furou alguns poços com seu pai, usando aquele saril.